Quando acordei percebi que no inferno eu estava. Mas o que
me chamou mais atenção foi o que vi por lá.
Ao adentrar aquele corredor em que ambos os lados estavam
repleto de gente sendo torturada e queimada “viva” eis que me deparo com os
falsos moralistas e mais, aqueles que pregavam a palavra de deus na terra.
Fui junto a eles. Antes que a minha pena pudesse ser
pronunciada fui até eles e questionei o porquê de eles estarem ali, no inferno,
haja vista que por tanto tempo pregaram em nome deus e tudo o mais.
Mas para a minha surpresa não foi o numero de gente que fora
enganada por seus meios ardilosos que os colocaram naquela condição. O que havia lhes colocado naquela situação
fora o desrespeito para com ele mesmo.
Achei estranho então indaguei a um desses pastores que
estava ardendo qual fora o desrespeito que o levou a ir para o inferno.
Simples, ele me respondeu, o fato de enganar os outros para adquirir bens em
seu próprio nome resultava numa situação em que ele enganava a si mesmo, pois é
sabido que o filho de deus preferiu viver junto aos pobres do que com aqueles
que sequer estendiam a mão para o pobre miserável. E mais, é sabido que no
reino de deus apenas os humildes e aqueles que tem compaixão entram em tal
morada. Não há espaço para aqueles que não respeita a vida alheia e a própria
vida.
Perguntei por que não há uma prostituta no inferno. E me
respondeu que o maior pecado que uma prostituta poderia cometer é amar muitos
homens.
Então perguntei por que aqueles que mantinham relações com
pessoas do mesmo sexo não esta aqui no inferno. Simples, ele me respondeu,
ninguém é julgado por sua própria natureza, se assim fosse aqui estaria repleto
de animais e não é isso que deus prega. Ele prega o amor acima de tudo. E nós,
quando nos utilizamos dos meios ardilosos para adquirir bem alheio não
respeitamos esse principio, não respeitamos o amor ao próximo e isso foi a
condição sine qua non que nos colocou na condição em que nos encontramos.